sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Um dia, estaremos entre os grandes


Por Fabio Ramos

Um dia, quem sabe não estaremos entre os grandes nomes do esporte mundial? Para isso, muita coisa deve mudar.



Muitos brasileiros, quando criança, sonham em ser um atleta profissional, de preferência jogador de futebol. Entretanto, há muito mais dentro desse universo esportivo que não é corretamente divulgado e não recebe o devido apoio, tanto do Governo, quanto da própria sociedade.

Acostumados a ouvir desde pequenos sobre a paixão pelo futebol, a sociedade brasileira têm dificuldade em abrir espaço para outros tipos de esportes. Em meio a preparação para a Copa do Mundo de 2014, modalidades olímpicas como o Rúgbi, Pólo Aquático e Handebol lutam pela profissionalização. Em busca constante por maiores investimentos, patrocínios e infraestrutura, o sonho de viver do esporte no Brasil ainda está longe de ser alcançado, com poucas exceções.

Toda loteria têm ganhadores de tempos em tempos. De forma semelhante o caminho do esporte é difícil de trilhar, porém alguns poucos sortudos obtém sucesso nessa empreitada. Os principais nomes revelados no país, sobretudo em modalidades individuais, ainda são um produto alicerçado em iniciativas apaixonadas, não em um trabalho coletivo.

Porém nem toda rosa tem espinhos. Em um país marcado pela monopolização esportiva, com o futebol introduzido na cultura nacional, o vôlei quebra o paradigma que o coração brasileiro deve ter apenas uma paixão. A SuperLiga masculina de vôlei é o campeonato de clubes mais competitivo do mundo. Desde os jogos olímpicos de Los Angeles, de 1984, com a “geração de prata” até os dias atuais, o Brasil vem se destacando nas competições internacionais, sendo o time a ser batido. Chegar ao topo é algo difícil, porém, manter-se no mais alto nível é muito mais.

O vôlei serve de exemplo para as demais modalidades que tentam obter o mesmo sucesso de popularização no país. Mais do que cobrar da mídia ou brigar por um espaço que já é do futebol, esses esportes precisam entender as necessidades do público e crescer ações focadas. O Rúgbi é um outro grande exemplo.

O investimento dos clubes, tão necessário para o desenvolvimento das modalidades alternativas ao futebol, se faz presente principalmente em Belo Horizonte e São Paulo, com o Minas Tênis Clube e Esporte Clube Pinheiros. As equipes de atletismo, vôlei, handebol, basquete, natação, entre outros esportes olímpicos, vencem competições internacionais, ajudando a atrair mais praticantes em todo território nacional.

Se compararmos os níveis de audiência entre o futebol e os demais esportes, pode-se concluir que a diferença entre ambos é enorme.  Apesar de a situação financeira brasileira ter evoluído drasticamente nos últimos anos, a ponto de assumir o posto de sexta economia mundial, além de sediar a Copa do Mundo e os jogos Olímpicos, de 2014 e 2016 respectivamente, o incentivo ao esporte, ainda, é muito precário e precisa melhorar bastante se quiser brigar de igual para igual com as potências olímpicas.

É muito fácil jogar a “culpa” nos atletas olímpicos que tiveram azar por terem enfrentado adversários muito superiores, ou que possivelmente amarelaram nas decisões, enquanto os mesmos se sacrificam durante anos para ter a atenção da mídia por, apenas, um mês. No Brasil não há incentivo na base. Muito cedo lhes tiraram o esporte brincadeira e impuseram o esporte profissão. O investimento vem, somente, na fase adulta, quando os atletas já conseguiram provar que são capazes e que vaia a pena. Quantos “pelés”, “óscares”, “gibas” nós não perdemos ao longo desses anos por falta de oportunidade? Infelizmente, muitos.

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