Por Alisson Matos
Aqui já escrevi que o Corinthians jamais foi tão favorito a conquistar a Libertadores como agora. O tal equilíbrio, dito e repetido inúmeras vezes por Tite, parecia ter sido alcançado. Fruto, também, das decepções acumuladas em anos anteriores, a estabilidade veio acompanhada do quase inseparável pragmatismo do treinador.
O time não encanta, faz poucos gols e tem como virtude a marcação. A máxima de que primeiro é preciso arrumar lá atrás para depois pensar na frente ganhou corpo no Parque São Jorge. Resultado do dito futebol “moderno”. Foi assim que o time conquistou o Campeonato Brasileiro. É assim que a equipe joga o torneio intercontinental.
Nessa vida mais do que centenária corintiana, a tão almejada taça é a conquista que falta. O clube quer, a torcida pede e jogadores e comissão técnica sabem da responsabilidade. A cautela adotada pelo comandante gaúcho se deve, além do seu perfil, ao desejo de extirpar a afobação, inimiga responsável por inesquecíveis tragédias.
Na partida de ontem, contra o Emelec, a tranquilidade que havia se tornado comum foi jogada para escanteio na expulsão de Jorge Henrique e, após o duelo, nas declarações de Mário Gobbi. O juiz foi escolhido a vítima da vez, como se o clube não soubesse que na Libertadores é assim há tempos. Chega a beirar a selvageria.
O equilíbrio emocional corintiano parece ter sido abalado. No entanto, nada que deva colocar em risco a classificação, já que o adversário é fraco. O que não pode é dirigente agir como torcedor, atirando para todos os lados e acusando a Conmebol de tudo. O experiente cartolão sabe como funciona, só não quer enxergar.
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