O Fluminense, o título e o futebol de resultado |
Por Alisson Matos
A vitória sobre o Bahia, ontem, em Pituaçu, foi o símbolo máximo de um Fluminense efetivo, mas que não encanta. Uma equipe dotada de raros talentos individuais, porém que passa longe do essencial para um time, vítima da já exaustiva ideia de que futebol limita-se ao resultado, jogando para escanteio o já quase extinto espetáculo. Os 2 a 0 saíram de lances isolados, como virou regra nos duelos do tricolor carioca neste Brasileiro.
Nem de longe a intenção é menosprezar o que o escrete de Fred e companhia fez até aqui. Líder isolado, com vantagem de nove pontos para o Atlético MG, segundo colocado, seria até natural que, ao futebol do Flu, só aparecem elogios. Mas, não, o time poderia alçar voos maiores, rumo à conquista que tinha tudo para se tornar eterna.
Conhecidas, as convicções de Abel Braga prezam pelo futebol defensivo, em que o não tomar gol é mais importante do que fazê-lo, mergulhado na tal praga pragmática que assola, há tempos, o ludopédio tupiniquim.
Tão cristalino quanto o tricolor das Laranjeiras representar algo que os amantes do velho esporte bretão já não suportam é o fato de que o título se aproxima. E tão difícil como imaginar a equipe de Cuca, de futebol mais vistoso, e o Grêmio de Luxa tomarem o que será ao Fluminense de direito é pensar que, a partir de agora, os cariocas mudarão o estilo que tanto deu certo.
É o futebol brasileiro que caminha rumo à vala comum da mediocridade, num país em que o jogar para frente virou sinônimo de derrotas, além de produzir técnicos e times que vão de encontro à essência do que um dia chamamos de paixão nacional. Se futebol fosse só isso, certamente não gostaríamos tanto.
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