Por Fabio Ramos
Um dia, quem sabe não estaremos entre os grandes nomes do esporte mundial? Para isso, muita coisa deve mudar.
Muitos
brasileiros, quando criança, sonham em ser um atleta profissional, de
preferência jogador de futebol. Entretanto, há muito mais dentro desse universo
esportivo que não é corretamente divulgado e não recebe o devido apoio, tanto
do Governo, quanto da própria sociedade.
Acostumados
a ouvir desde pequenos sobre a paixão pelo futebol, a sociedade brasileira têm
dificuldade em abrir espaço para outros tipos de esportes. Em meio a preparação
para a Copa do Mundo de 2014, modalidades olímpicas como o Rúgbi, Pólo Aquático
e Handebol lutam pela profissionalização. Em busca constante por maiores
investimentos, patrocínios e infraestrutura, o sonho de viver do esporte no
Brasil ainda está longe de ser alcançado, com poucas exceções.
Toda
loteria têm ganhadores de tempos em tempos. De forma semelhante o caminho do
esporte é difícil de trilhar, porém alguns poucos sortudos obtém sucesso nessa
empreitada. Os principais nomes revelados no país, sobretudo em modalidades
individuais, ainda são um produto alicerçado em iniciativas apaixonadas, não em
um trabalho coletivo.
Porém
nem toda rosa tem espinhos. Em um país marcado pela monopolização esportiva,
com o futebol introduzido na cultura nacional, o vôlei quebra o paradigma que o
coração brasileiro deve ter apenas uma paixão. A SuperLiga masculina de vôlei é
o campeonato de clubes mais competitivo do mundo. Desde os jogos olímpicos de
Los Angeles, de 1984, com a “geração de prata” até os dias atuais, o Brasil vem
se destacando nas competições internacionais, sendo o time a ser batido. Chegar
ao topo é algo difícil, porém, manter-se no mais alto nível é muito mais.
O
vôlei serve de exemplo para as demais modalidades que tentam obter o mesmo
sucesso de popularização no país. Mais do que cobrar da mídia ou brigar por um
espaço que já é do futebol, esses esportes precisam entender as necessidades do
público e crescer ações focadas. O Rúgbi é um outro grande exemplo.
O
investimento dos clubes, tão necessário para o desenvolvimento das modalidades
alternativas ao futebol, se faz presente principalmente em Belo Horizonte e São
Paulo, com o Minas Tênis Clube e Esporte Clube Pinheiros. As equipes de
atletismo, vôlei, handebol, basquete, natação, entre outros esportes olímpicos,
vencem competições internacionais, ajudando a atrair mais praticantes em todo
território nacional.
Se
compararmos os níveis de audiência entre o futebol e os demais esportes,
pode-se concluir que a diferença entre ambos é enorme. Apesar de a situação financeira brasileira
ter evoluído drasticamente nos últimos anos, a ponto de assumir o posto de
sexta economia mundial, além de sediar a Copa do Mundo e os jogos Olímpicos, de
2014 e 2016 respectivamente, o incentivo ao esporte, ainda, é muito precário e
precisa melhorar bastante se quiser brigar de igual para igual com as potências
olímpicas.
É
muito fácil jogar a “culpa” nos atletas olímpicos que tiveram azar por terem
enfrentado adversários muito superiores, ou que possivelmente amarelaram nas
decisões, enquanto os mesmos se sacrificam durante anos para ter a atenção da
mídia por, apenas, um mês. No Brasil não há incentivo na base. Muito cedo lhes
tiraram o esporte brincadeira e impuseram o esporte profissão. O investimento
vem, somente, na fase adulta, quando os atletas já conseguiram provar que são
capazes e que vaia a pena. Quantos “pelés”, “óscares”, “gibas” nós não perdemos
ao longo desses anos por falta de oportunidade? Infelizmente, muitos.
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