Por Fabio Ramos
Érika chora com o fim do futebol feminino no Santos |
O futebol é um dos esportes mais populares no mundo. Segundo estudos, foi criado na Inglaterra e profissionalizado em 1885. Quase duas décadas depois, em 1904, foi criada a FIFA (Federação Internacional das Associações de Futebol) que organiza, até hoje, o futebol em todo mundo. Se o futebol masculino começou em 1885, o feminino teve seu início só em 1892, na cidade de Glasgow, Escócia, onde houve o primeiro jogo de futebol entre mulheres. Dois anos depois foi fundado o primeiro clube feminino desportivo britânico, chamado Ladies Football Club, pela ativista dos direitos da mulher, Nettie Honeyball. Contudo, somente em 1971, a UEFA instruiu seus respectivos parceiros a gerir e promover o primeiro campeonato de futebol feminino, consolidando-o, na Europa, nos anos seguintes. Assim, países como Itália, E.U.A. e Japão têm ligas profissionais femininas, enquanto no Brasil, a profissionalização só foi acontecer em 1981, quando o Conselho Nacional de Desportos – CND – revogou a proibição da prática do futebol feminino no Brasil, assinada em 1964. E em 1996 o futebol feminino foi incluído como categoria nas Olimpíadas, porém, mesmo assim, sua popularidade não chegou nem aos pés do que é atingido pelos seus similares do sexo masculino. Hoje as mulheres representam cerca de 10% dos futebolistas no mundo, totalizando 26 milhões. No Brasil, já são cerca de um milhão e quinhentas mil mulheres.
O futebol feminino, em geral, é uma categoria tão desprezada que recebe um tratamento diferenciado, do recebido pelo futebol masculino, da própria entidade que as representa. Já que, quando convocadas para a seleção, as mulheres se mudam para um hotel comum, enquanto os homens se instalam na badalada Granja Comary. Além disso, não se vê, na televisão, nenhum comercial incentivando essas meninas. O contrato da CBF com a Nike deveria prever a realização de um, nos mesmos moldes dos “filmes espetaculares” feitos com o sexo oposto. Outra grande diferença evidente é a situação em que se encontram os profissionais dessas áreas, onde enquanto as mulheres, às vésperas de uma convocação, tentam se manter em forma sem o auxílio de algum clube e necessitam de outro emprego para poder se sustentar (com algumas, poucas, exceções), os homens se mantem em constante atividade, já que os campeonatos não param, e podem sobreviver exclusivamente do futebol.
Um caso recente de descaso para com o futebol feminino ocorreu na equipe do Santos Futebol Clube que, no início de 2012, anunciou o fim do futebol feminino. Houve críticas e falou-se que o clube estaria cortando custos porque investiu alto na permanência de Neymar. Em sua defesa, o presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, disse que nunca responsabilizou o astro santista pelo fim do futebol feminino, e que o Santos não pode se afastar da sua própria realidade, pois tem cem anos de história no futebol masculino profissional. “O resto é possível quando é possível. Não vamos gerar custos que nos afastem da nossa prioridade”, concluiu o mandatário santista.
É triste, mas é a realidade brasileira! Essa falta de apoio ao futebol feminino reflete três problemas do esporte:
A falta de gestão no esporte – incapacidade (e sem a menor intenção) de se realizar um planejamento voltado para um futebol feminino com caráter social e de alto rendimento (estão diretamente ligados);
A falta de visão e profissionais capacitados em marketing esportivo – que não usufruem do mercado feminino para o crescimento do esporte. Já que, investir no futebol feminino é expor produtos e marcas às mulheres que, segundo estudo/pesquisa realizado pela empresa Sophia Mind, são responsáveis pelo consumo de U$20 trilhões por ano e são responsáveis também por 66% das decisões de compras realizadas pelas famílias. (Esse mercado não é altamente interessante?);
E, é claro, o machismo ainda presente na sociedade.
Um comentário:
perfeeeeito ! escreve muuuito maninho,
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