Por Felipe Gier
Amigo blogonauta, ouvinte do NovaEsportes. Vamos falar de um tema interessante, que já gerou polêmica e muita discussão em 2009, e, como o futebol é “momento, cíclico e uma caixinha de surpresas” - para ficarmos em alguns chavões, clichês e palavras-chave, é condenável um rival poder decidir um campeonato, para prejudicar o outro? Se fosse com o seu time, o que você acharia?
Para refrescar a memória do brasileiro, pode ser em relação ao torcedor ou campeonato, como queiram, vamos ficar em exemplos recorrentes de três estados em que a rivalidade se mostra intensa: Rio Grande do Sul, entre Grêmio e Inter, em São Paulo, o time que dá nome a cidade, Corinthians e Palmeiras, além do Rio de Janeiro, com Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.
Ano passado, rodadas finais do Campeonato. São Paulo brigando pelo título, na ponta da tabela e jogando contra o Goiás fora de casa, Palmeiras jogando contra o Atlético-MG e, depois de seguidos tropeços, ainda brigando por uma vaga na Libertadores, quiçá pelo título e em Prudente, o Flamengo, mais um postulante à taça, atuando contra um Corinthians remendado e que àquela altura, com um único “interesse” na competição: “atrapalhar” os arquirrivais na briga pelo campeonato e, por vaga na competição continental, que por sinal, o Alvinegro já havia conquistado ao derrotar o Inter, na Copa do Brasil do mesmo ano.
Ah, por falar no Colorado Gaúcho, muitos com certeza vão se lembrar, o que foi aquela semana que antecedeu a rodada final do Brasileiro de 2009. Flamengo jogando o título contra o Grêmio, em um Maracanã abarrotado com a maior torcida do país, e torcedores do Tricolor de Porto Alegre, implorando aos jogadores para que “entregassem” a partida, no intuito de prejudicar o maior rival, que ao lado do próprio Flamengo, Palmeiras e São Paulo, se encontrava na disputa pelo título do ano passado.
Agora, às vésperas das últimas quatro rodadas do Campeonato, mais precisamente, nas três últimas, essa possibilidade levantada por dirigentes, jogadores, e embasada principalmente pelos torcedores pode voltar a ocorrer, já que o Corinthians está na disputa de um título, e não é de qualquer conquista, mas sim, uma que pode “salvar o ano” do centenário, que tinha tudo para ser o ano da inedita Libertadores.
Por sua vez, o São Paulo, novamente derrotado pelo maior rival, em pleno Morumbi, viu crescer a corrente entre seus torcedores para que “entregue” o jogo contra o Fluminense, na 36ª rodada, já que tem chances remotas de chegar a mais uma Taça Libertadores da América, a oitava seguida do clube brasileiro, marca expressiva para o clube. Do outro lado, o Palmeiras, que passou a primeira década dos anos 2000, quase como um coadjuvante de luxo entre os dois rivais, com a conquista de um Campeonato Paulista, trouxe de volta o técnico Felipão, além dos ídolos Kléber, Valdívia e do eterno “São Marcos”, que estão a apenas cinco jogos de uma conquista inédita para o clube, a Taça Sul-Americana, caminho mais curto para se chegar à competição continental, que é desejo de doze, entre os doze maiores clubes do país, além dos demais, que aleatoriamente podem estar lá e fazer bom papel como o São Caetano em 2002, por exemplo.
O time alviverde também encara o Tricolor Carioca na 37ª rodada e o Cruzeiro na 38ª e última, dois rivais mais do que diretos do Timão na briga pelo título e, no que depender de Luiz Felipe Scolari, que já disse abertamente estar focado na Sul-Americana e fez uso de uma metáfora, de que “Mulher que não é bem cuidada, mete corno”, para ilustrar a situação de seu time no campeonato, enfim, para bom entendedor...
Sem contarmos o Internacional, focado para a disputa do Mundial de Clubes, que enfrenta em mais algumas rodadas o Botafogo, time na briga direta com o “inimigo” (i) mortal Grêmio, por vaga na Libertadores.
E mesmo o Cruzeiro, que ainda terá pela frente jogos contra o Vasco da Gama, sem maiores pretensões no Campeonato e o Flamengo, dois rivais estaduais de Fluminense, atual líder da competição e o Botafogo, postulante à vaga na competição continental e até mesmo, matematicamente, pela taça.
É, torcedor, e pra você, será que existe alguma fórmula mágica para evitar que os rivais “abram as pernas”, joguem de boa vontade e honrem a camisa, o salário que recebem e, a estrutura que trabalham?
Colocar os clássicos regionais nas rodadas finais seria uma solução? O problema persistiria? Qual o “valor” em todos os sentidos de ser profissional neste momento?
Dá trégua ou enTREGA? Eis a questão!
terça-feira, 9 de novembro de 2010
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